“Ever Enough” – 3ª Temporada – Capítulo 14 – Inimaginável.

 Jack me leva ao cinema de cidade vizinha e me deixa escolher o filme. Eu opto por: “Um dia”. Ele compra pipoca, chocolates e refrigerantes. Nós nos sentamos lado a lado no cinema, lá na última fileira. Eu apoio minha cabeça no ombro de Jack enquanto assistimos. Depois de um tempo, completamente entretida com o filme, levanto os olhos para olhar Jack.
Ele está quase dormindo.
 Sorri. Ele tem cara de entediado. Quando o tédio tá bem forte. Deslizo a mão por sua coxa, voltando o olhar ao filme. Ele se move e solta um suspiro. Sorri vitoriosa, me apoiei nele e voltei a assistir o filme.
 A maioria dos caras tem que entender que, quando deixam a garota escolher o filme, é normal que seja um filme… Bem… Mais calmo. Não espere por tiroteios e carros em grande velocidade (a menos que a garota seja a Lary… porque dai…). Eu sei que Jack achou o filme uma coisa completamente idiota. Mas eu o achei lindo. Mostra como não devemos esperar para amanhã o que podemos fazer hoje, porque amanhã pode ser tarde demais.
Eu: O que achou do filme? – Pergunto, já sabendo a resposta. Nós estamos no carro, indo para o jantar da Ryan Media. Jack se move no assento.
Jack: Legal… - Murmura. Eu ri.
Eu: Meio parado, não é? – Ele sorri de canto.
Jack: Só um pouco. – Ficamos em silêncio. Eu olho a janela e a paisagem escura passando.
Eu: Você falou com Zayn? – Minha voz é quase inaudível.
Jack: Não. Ele esteve fora o dia todo. E não quero que pense nele enquanto está comigo. – Eu também não queria pensar. Mas não conseguia.
Eu: Me perdoa… - Sussurro. Ele balança a cabeça.
Jack: Já me acostumei com isso. – Ficamos em silêncio por um tempo novamente. Eu o analiso enquanto ele dirige.
Eu: Você é lindo. – Sussurro pensando alto. Ele me lança um olhar. Eu arregalo os olhos, coro e desvio o olhar.
Jack: Você também é. – Eu olho a paisagem por um tempo.
Eu: Eu era gordinha. – Murmuro.
Jack: Eu também era. – O olho. Ele sorri um pouco, sem olhar para mim. – Sempre fui. Ao contrário do meu irmão, eu era alto, desconjuntado e gordo. – Pisco o olhando.
Eu: Você tem irmão? – Ele demora um tempo para responder, e eu me pergunto se ele ouviu mesmo minha pergunta ou apenas não quer responder.
Jack: Abby é meu irmão. – Abro a boca, a fecho novamente.
Eu: Ele queria me levar pra cama. – Digo por fim.
Jack: A maioria dos caras quer te levar pra cama.
Eu: Jack… - Mordo o lábio. – Não há garotas na sua família, não é mesmo? – O olho. Ele assente. – Como? E… Por quê?
Jack: Na minha família, ter uma garota é sinal de fraqueza. Se um cara engravida uma mulher e o filho é uma garota, é sinal que o cara não é homem o suficiente para gerar outro homem.
Eu: Que estranho… - Falo baixinho. – E se for uma garota? – Ele me lança um olhar significativo. – Ah… - Coro. Como eu sou burra! – Então, eles usam aborto como… Como método anticoncepcional?
Jack: Mais ou menos isso… - Tremo e meu corpo arrepia. Jack me lança um olhar. - Sinistro, não acha?
Eu: E as mães de vocês? Eu sei que a do Zayn… Bem… – Falo baixinho. Jack suspira e olha a janela do carro.
Jack: Meu pai engravidou minha mãe quando ela tinha apenas quatorze anos. Ela não resistiu ao parto. Seu corpo não estava preparado para ter um filho. A mãe de Zayn, como você sabe, era uma prostituta, ela engravidou de Zayn aos dezoito anos. A mãe de Abby, também era uma garota de programa, bem novinha, ela entregou Abby ao nosso pai e foi embora. Todas as mães não são presentes. Até porque, não se pode ter mulheres lá em casa. – Ele fala baixinho.
Eu: Por quê? – Jack morde o lábio.
Jack: Você já deve saber que o pai do Zayn é o… Chefe. – Assinto. – Ele teve uma mulher. Ela era linda. Tentadora. Ele era possessivo e ciumento com ela. Dava de tudo a ela. Carros importados, casas e jóias. Ele não a amava. Ela era seu lanchinho garantido. Sexo é algo profundamente importante lá em casa. Você só passa a ser tratado como homem depois da sua primeira relação sexual. Com o tempo, a relação entre o pai de Zayn e ela foi ficando cada vez mais perigosa. Ele batia nela. Batia não, ele quase a espancava. Depois, de ela estar toda acabada, ele enjoou dela. Simples assim, meteu o pé na bunda dela. Disse que, se alguém aparecer com alguma mulher permanente lá em casa, é porque o cara é macho, e que vai se ver com ele.
Eu: O pai de Zayn parece um cara… - Paro procurando a palavra certa.
Jack: Medonho? Isso porque você não o conheceu ainda. Ele é… - Para um pouco. – Diabólico. – Sussurra.
Eu: Zayn não parece se dar muito bem com ele. – Digo baixinho.
Jack: Zayn é o orgulho dele. Ele e Zayn são tão parecidos. Fisicamente. Você não acha que era pra Zayn ter irmãos? O pai dele faz questão de que ele seja seu único filho e que continue seu trabalho, passando a ser o líder da família. Eu sei que Zayn tem medo do pai, por mais que seja o único a bater de frente com ele. Todo mundo tem medo do pai de Zayn. Ele é tão calmo e… Frio.
Eu: É bonito? – Sussurro.
Jack: Herança de família. A maioria de nós entra para os padrões de “beleza” de hoje em dia. O pai de Zayn tem uma beleza fria surpreendente. Sempre foi o que mais teve sorte com as mulheres.
Eu: E onde estão os pais de vocês?
Jack: Meu pai está na Suíça resolvendo negócios. O pai de Zayn está no Canadá, de férias. Mas eles vêm pro natal… - Jack suspira. – Eu odeio o natal. – Murmura. Pisco o olhando.
Ele odeia o natal?
Como alguém pode odiar o natal?
Eu: Por que você odeia o natal?
Jack: Porque é só no natal que meu pai aparece. – Fico em silêncio por um tempo.
Eu: Você não gosta do seu pai? – Pergunto baixo. Jack suspira.
Jack: Não é que eu não goste dele. Ele é meu pai. Eu só sou… O segundo plano de sua vida. Ele nem liga muito pra mim. Se quer saber dos filhos, pra ele é apenas o Abby. – Fica em silêncio por um tempo. – Eu não ligo muito pra isso. – Diz baixo. – Quando eu era garoto, ligava, muito. Todos os meus colegas tinham pais presentes. Eu era só um garotinho perdido. – Fica um tempo em silêncio. Suspira. – Tive minha primeira vez aos doze anos. Só ai começaram a me notar. – Diz baixinho.
Eu: Doze?! – Minha voz sai aguda e histérica. – Mas isso é abuso!! Eu não era mocinha aos meus doze anos!!
Jack: Doze… Eu não sei direito o que aconteceu… Eu tava… - Para um pouco. – Chapado. Lembro da garota se jogando em cima de mim. Ela era mais velha. Acho que tinha dezessete. Lembro de tentar me afastar dela. Não me lembro do resto da festa… Lembro de acordar com ela nua do meu lado. Lembro da risadinha gostosa dela. – Fica um tempo em silêncio. - Não me lembro dela. – Diz baixo. Ficamos em silêncio por um longo tempo. – Você teve sua primeira vez com o Zayn, não é? – Assinto corada. – Eu não acreditei quando você me disse que era virgem. É algo inimaginável lá em casa, que um de nós seja virgem aos dezessete anos.
To be continued…
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Como vão? Espero que bem.
Eu nem ia vir aqui hoje, mas como eu sou de Deus... Eu vim... Porém o capítulo tá chatinho pra caramba e acabou bem sem sentido kkkkk
Volto amanhã com 20 comentários.
Beeeijos :*
Feliz natal!