Ever Enough - 4ª Temporada - Capítulo 11 - Médico.

 
Eu fico imóvel por um bom tempo. Tudo passa desaceleradamente por meus olhos. O resgate chega. Meu nariz começa a sangrar. Vejo gente envolta de mim. Eles tentam fazer parar de sangrar. Eles não conseguem. Falam comigo e me perguntam coisas. Eu os ouço, estou consciente deles, mas não consigo responder. Não por falta de força ou de vontade, mas por estar em estado de choque, e meu cérebro não manda os comandos certos ao resto do meu corpo. Meu nariz arde e eu quero o coçar. Quando eles se viram e se distraem, eu coço meu nariz. Minha mão volta toda suja de sangue. Um sangue bem vermelho. Sangue de artéria.
Será que eu estou morrendo?
Quero perguntar a alguém se estou morrendo, mas ainda não consigo falar. Meu corpo todo dói. Sinto vontade de vomitar. Os médicos notam meus esforços e meus impulsos por conta do vômito.
- Ela não está conseguindo respirar!
 E a equipe se desespera. Eles massageam meu peito. Apertam minha barriga e meu estomago. Eu continuo com vontade de vomitar e sem conseguir fazer sair. Meus pulmões queimam com falta de ar. E de repente, sei que não vou aguentar nem mais um minuto sem ar. Um enfermeiro diz:
- Já tentamos de tudo. Ela não consegue por pra fora. Vai morrer afogada no próprio vômito.
 E um médico aparece na minha frente. Me analisa por uns cinco segundos. Me observa fazer força pra respirar e não conseguir, porque tem algo na minha garganta, e meu nariz tá cheio de sangue.
- Nós não vamos perder essa.
 E se apoia no meu peito, fazendo pressão. De repente a bile me sobe a garganta, viro meu rosto pra não vomitar na cara do médico.
- Ah sim, princesa. Muito bem. Parabéns.
 Segura meu cabelo enquanto eu vomito. Ele olha para meu rosto, e seu sorriso desaparece na hora.
- Hemorragia interna!
Ele praticamente grita. Olho pra baixo e vejo que estou vomitando sangue.
- Rápido! É urgente! Ela vai morrer se não abrirmos logo e vermos de onde tá saindo isso!
Sinto vontade de vomitar de novo. Tento segurar, mas não consigo. Vomito mais um tanto de sangue. Olho minhas mãos sujas de sangue e começo a chorar.
- Não amor... Tá tudo bem...
Alguém corre as mãos no meu cabelo. Olho para cima e vejo uma moça morena.
- Você já foi cauterizada antes?
Diz docemente, como se eu não estivesse esguichando sangue pra tudo quanto é canto. Balanço a cabeça, dizendo que não.
- Ah amorzinho... Vai ser uma noite difícil. Mas você estará bem pela manhã. Eu prometo.
 Diz sorrindo, eu tento sorrir, mas acabo vomitando de novo. Começo a tossir, e o sangue esguicha por meu nariz e boca.
- Vamos ter que apagar ela.
Ela diz séria pra equipe.
- Se não, ela não aguenta. Tá muito fraca.
- A medicação está atrasada. E ela está sem comer a mais de 12 horas.
O médico que me fez vomitar aparece na minha frente, colocando luvas de borracha.
- Sim, não só sem comida. Mas sem água também. O que significa que...
- Desidratação.
Alguém termina por ele. Ele assente e se inclina para medir minha pulsação.
- Está fraca demais... Eu só queria saber quem é o médico dela. Precisaremos dele.
Eu: Pa... Patrick. - Digo tão fraca que minha voz quase não sai. Todos param de repente, e me olham, como se houvessem se esquecido que eu era alguém que falava e entendia o que estavam falando.
- Oi menininha. Bem vinda. Não fale, está bem?
Assinto, sentindo uma picadinha no braço. Uma agulha. Eles vão me apagar? Ou é morfina?
- Alguém trás o balão de oxigênio!
O médico rosna e um enfermeiro sai correndo pra providenciar o que ele pediu. Eu corro os olhos por aqueles rostos que me olham preocupados. Meu corpo ainda recebe impulsos para vomitar, mas eu não consigo... Não tem mais nada pra sair. Tento coçar meu nariz de novo, o médico segura minhas mãos.
- Não, meu amor.
Diz docemente.
- Sei que incomoda, e que coça, mas você não pode. Vai piorar.
Faço careta, torcendo o nariz, querendo o coçar desesperadamente.
- Você gosta de música?
Todo mundo o observa. Eu assinto.
- Quer que eu cante pra você?
 Tombo a cabeça de lado, como um cachorrinho. Assinto. E ele começa a cantar. Uma música suave que eu conhecia. Se chamava Only Time. Sua voz me acalma e me faz bem. E logo eu me sinto sonolenta. Não quero dormir, então me agarro com mais forças a mão do médico. Isso o faz sorrir.
- Durma princesinha, e quando acordar, estará tudo bem.
 Então eu apago. Mas sei que, quando eu acordar...
Ainda não terá nada bem.
To be continued... 
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Tadinha da (SeuNome)... Eu que escrevi estou com dó :c
Tem mais um capítulo hehe e.e
Beijoconas.

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