"Ever Enough" - 4ª Temporada - Capítulo 10 - Pele linda.

 
Quando eu acordo, me sinto, primeiramente, com frio, depois, com fome, sinto sede, e me sinto...Triste? E depois eu me sinto... Dolorida.
Dolorida?
Começo a me lembrar do que havia acontecido antes de eu desmaiar. Me sento, e quase grito de dor no meio das pernas. Olho para baixo e vejo que continuo sem calcinha, sem sutiã e com o vestido todo esticado, não cobrindo nada do meu corpo. Que tipo de monstro me deixa desmaiada, assim, no meio desse mato todo? Me encosto na árvore, e tento arrumar minhas roupas, da melhor maneira possível. Me levanto, minhas pernas falham e eu me seguro na árvore para não cair.
Xxx: Você sabe... Que não vai poder contar pra ninguém. - Quase caio de novo quando Cabby aparece na minha frente. Ele tira uma navalha do bolso, faz a lâmina aparecer, e fica a observando. Eu apenas olho para ele. Com medo, confusa e com dor. - Que vontade de marcar você... - Ele diz baixinho, passando o dedo indicador na lâmina afiada, só que sem fazer a pressão suficiente para se cortar. - Vontade de te marcar como minha. Pra você nunca se esquecer do que aconteceu aqui hoje. - Eu me encolho, sabendo que não esqueceria mesmo, de qualquer maneira. - Mas sua pele é linda... É tão macia e gostosa. Não tenho coragem de estragar algo tão perfeito quanto você. - Ele guarda a navalha no bolso.
Ufa!
 Mas dai, ele tira um revólver do cinto. Eu arregalo os olhos. Ele analisa a arma com uma curiosidade extraordinária.
Cabby: Isso aqui é do Zayn, sabia? - Diz baixo, ainda analisando cuidadosamente a arma. - Não ia ser legal se encontrassem você morta com um tiro da arma do seu namorado, com o qual você havia acabado de ter uma briga muito, muito feia? - Ele me olha. Seus olhos são tão negros quanto um céu sem estrelas. Ele perdeu toda a delicadeza angelical que tinha quando eu o conheci.
Eu: Faça esse favor, Cabby. - Digo baixinho. Engulo seco e fecho os olhos. - Me mate. - Digo firmemente. Ele ri.
Cabby: Te matar? Como você vai se lembrar da nossa foda gostosa depois? - Abro os olhos e o olho incrédula. Seu sorriso é diabólico. - Gosto de ver as pessoas sofrerem. Você vai, chega, dá um tiro e... Bum! A pessoa morre. Cadê a graça? Cadê a adrenalina? - Ele ainda sorri olhando meu olhos. - Ai ai gatinha. Tudo poderia ser tão diferente se você houvesse escolhido a mim, ao invés dele. Pode crer que não teria ninguém grávida e nenhum cara malvado te forçando a transar com ele. Eu mataria qualquer um que chegasse a cinco metros perto de você. Se um cara ousasse tocar um dedo em ti, eu colocaria uma granada na boca do filho da puta, e a colaria. Iria explodir a cabeça dele. - Seu sorriso é quase infantil em excitação. Desvio o olhar. -  Vamos fazer o seguinte... - Ele caminha até perto de mim, e meu corpo se arrepia de medo. - Você vai ficar bem quietinha sobre o que aconteceu aqui, tá bem? - Ele sussurra baixinho, mordiscando minha orelha, e eu sinto o cano frio da arma no meu pescoço. - Não vai abrir a boquinha linda e gostosa pra ninguém. - Toca minha boca e brinca com meus lábios. Sem tirar a arma do meu pescoço. - Porque sabe... Se alguém ficar sabendo... Eu vou ter que acabar com você e ele anjinho. - Diz docemente. - E antes de acabar com você, eu juro que vou te curtir bastante. - Tira os cabelos que caem nos meus olhos com o cano da arma. - Estamos de acordo, bonequinha? - A arma agora está apontada contra meu crânio. Bem no meio da minha testa. Assinto rapidamente. Ele sorri. - Linda, gostosa e esperta. Irresistível. - Guarda a arma. - Até mais. - Me dá um tapa forte na bunda e se vira pra ir embora.
Eu: ESPERA! - Ele para, ainda de costas para mim. - Onde eu estou? - Pergunto baixinho. Ele ri.
Cabby: Boa sorte. - E some no meio das árvores e sombras. Eu perco o ritmo da minha respiração. Estou com tanto sono... Me sento, abraçando os joelhos. Fico me lembrando de Zayn por um tempo, e Cabby sempre bloqueia minhas lembraças. O toque dele sempre me faz esquecer como era o de Zayn. Meu corpo amolece, eu suspiro e abraço meus joelhos com ainda mais força, apoiando a cabeça neles depois. Entro em um sono preocupado, turbulento, receoso... Mas mesmo assim... Pesado.
***
 Nos meus sonhos, vejo o sorriso angelical de Cabby, e depois o sorriso diabólico.Vejo Jack me fazendo cafuné e rindo das minhas bobeirinhas. Vejo Zayn me dando beijos longos e gostosos. Vejo Zayn me agarrando de conchinha. Vejo Zayn tirando minhas roupas com cuidado e carinho... Me sinto tão feliz. Meu riso ecoa pelas paredes e o brilho dele ilumina toda a cena. Mas quando Zayn me penetra, dói muito, eu digo a ele que está doendo, e ele não se importa. Eu começo a chorar, ouço um riso... Mas não é o de Zayn. E quando ele levanta a cabeça, os olhos são negros como o de Cabby. Não só os olhos, mas todo o rosto. É o Cabby. Eu começo a gritar e tentar empurrar ele de cima de mim. Mas ele é grande e pesado... O meio das minhas pernas queima muito. Meu choro escurece a cena.
 Acordo com a respiração acelerada. Acordo sentindo medo e dor. Que horas são? Tateio o chão atrás de meu celular. Está tão escuro... Quero meu irmãozinho. Acho meu celular porque ele toca. Atendo-o:
Eu: Alô? - Minha voz soa horrível até mesmo para mim.
Will: (SeuNome), pelo amor de Deus. O que aconteceu?
Eu: A-A ligação caiu e depois... E-Eu peguei no sono. - Coço os olhos.
Will: Tinha um homem com você. Quem era?
Eu: Homem? - Digo baixinho, olhando o nada.
Will: Sim, eu ouvi.
Será que eu conto?
Quando estou disposta a contar, na minha mente, vejo o rosto do meu irmão todo iluminado no dia do seu casamento. Vejo a mulher dele, linda, grávida. E depois, vejo os dois com uma menininha ruiva no colo.
Eu: N-Não tinha ninguém. D-Deve ter sido interferência.
Will: Tá... Você tá bem? Vamos rastrear seu celular. E-Eu não sei mais o que fazer. - Ele diz desapontado.
Eu: Tá tudo bem Will. - Murmuro baixinho.
Will: Como você está? - Diz baixo.
Eu: Com muito medo. - Digo com voz de choro.
Will: Poxa meu amor. Eu queria estar aí. Não tenha medo... Não irão te fazer mal.
Já fizeram mesmo.
Eu: Devo ficar parada agora?
Will: Sim amor. Eu estou a caminho.
Eu: Tato.
Will: Diz amor.
Eu: Tá na hora dos meu remédios. - Digo bem baixinho mesmo, quase sem som nenhum. Will fica em silêncio por um tempo.
Will: Está doendo muito? - Ele pergunta, baixinho também. Fecho os olhos. Já sentia meu corpo começar a ficar dolorido, sentia meu coração acelerado e minhas juntas latejando. Minha cabeça estava zunindo e eu nem conseguia mais virar o pescoço. E meu nariz ardia. Ardia muito, e de um modo que eu sabia o que isso queria dizer.
Eu: Vou ter uma hemorragia nasal em torno de uma hora. E talvez eu desmaie... Estou sem beber água, e s-sem comer a muito tempo. - Digo com voz de choro. Eu não iria mentir pro meu irmão. Ele solta um longo suspiro. Ouço que ele conversa algo com alguém, aos gritos. Talvez seja a polícia. Talvez sejam meus pais.
Talvez...
Will: Vou te encontrar em meia hora. Eu juro. Só vou desligar pra não acabar sua bateria. Precisamos do seu celular ligado.
Eu: Eu te amo.
Will: Eu te amo muito mais. Você é minha guerreira. Minha vida. Minha luz e meu sol. Tudo por você, pequena. Vou desligar agora. Tente economizar bateria. Mas me ligue por qualquer coisinha. Te amo. Fica bem que eu já vou.
E desliga.
To be continued... 
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Bem... A bagaça tá meio séria.
Já venho hehe e.e